Flavio Cruz

Estranhos tempos

Estamos vivendo uma época extraordinária. Nunca, em toda história da civilização, tantas e tão espetaculares coisas aconteceram ao mesmo tempo. Em questão de décadas, tudo mudou. Nesse relativamente curto período de tempo houve transformações que, nem mesmo centenas de milhares de anos, juntos, conseguiram igualar.
Estamos vendo o alvorecer de uma fase da humanidade que mal conseguimos vislumbrar, mas que, certamente, é a um tempo assustadora e maravilhosa. Paradoxalmente, estamos quase nos tornando deuses e, ao mesmo tempo, estamos extremamente vulneráveis. Com a Genética, manipulamos o segredo da vida, com a Astronomia desvendamos o segredo das estrelas, com a Informática fazemos operações que milhões de humanos jamais conseguiriam fazer nem mesmo num prazo prolongado. Ainda temos a robótica, a nanotecnologia...Vamos ao infinito do espaço do lado externo, e ao infinito interno, dentro das partículas que formam as coisas.
Nossa própria grandeza gerou nossa fraqueza. Agora dependemos da nossa própria criação. Se, de repente, ficarmos sem ela, sem nossa eletricidade, sem nossa ciência, sem nossos “brinquedos” podemos nos esvair em um curto prazo de tempo. Nós e nossos inventos.
Por outro lado, ainda temos os fantasmas do passado nos circundando. Temos monstros da Idade Média nos atormentando. Trocamos a escravidão do pretérito por uma outra, nova e sofisticada. Temos agora nossas próprias bruxas, modernas, novos magos, biotécnicos, os feiticeiros dos novos tempos. Temos os líderes que enganam, os profetas de ocasião, a pobreza e a miséria em boa parte do mundo.
Estranha civilização é essa, cheia de contrários, de absurdos, de extremos. Se um viajante do passado, de séculos atrás, aterrissasse, de repente, em algumas partes do mundo, ele iria achar que muito pouco mudou. Se ele caísse em outros, pensaria estar em algum planeta distante, muito diferente, talvez numa outra dimensão da realidade...
Estranhos tempos esses, estranhos esses nossos novos tempos...

Todos los derechos pertenecen a su autor. Ha sido publicado en e-Stories.org a solicitud de Flavio Cruz.
Publicado en e-Stories.org el 19.08.2015.

 
 

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