Flavio Cruz

A história das almas coloridas (e das sem cor também)


Havia as almas transparentes, que as pessoas antes não viam, só sentiam. Com o passar dos tempos, as pessoas foram perdendo a sensibilidade e as almas precisaram das cores para poderem ser vistas. Algumas se transformaram em almas brancas, cor de leite, outras assumiram um negro brilhante, poderoso. Nada multicolorido, só o básico. Daí, alguém achou, em certa época, que as almas negras poderiam ser usadas para fazer as coisas. E o mundo ficou um lugar triste com essa ideia da separação entre quem serve e quem é servido. Muitos até achavam que as almas brancas eram mais importantes que as outras, pois tinham alguém para servi-las.
Antes disso, porém, algo mais estava acontecendo. Muitas almas estavam mudando de cor. Havia, então, almas vermelhas, amarelas e de muitos outros tantos tons. E havia também uma mistura enorme dessas cores todas. E havia almas que se amavam e outras que se odiavam. Uma policromática confusão. Algumas eram acusadas e condenadas por causa da própria cor, como se elas mesmas tivessem escolhido o seu próprio matiz.
Agora há um grande caos. Parece até que todas as almas estão, na verdade, ficando cinzas. Um cinza estranho e feio. Quem sabe elas se tornem transparentes novamente. É o que se espera. Mas há um receio de que elas fiquem cinzas, todas, para sempre. Ou talvez desapareçam, como acreditam outros. É difícil dizer, esse negócio de almas é muito complicado.

Todos los derechos pertenecen a su autor. Ha sido publicado en e-Stories.org a solicitud de Flavio Cruz.
Publicado en e-Stories.org el 01.10.2015.

 
 

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