Tento entender, diligente,
a linguagem dos surdos-mudos.
Desisto, não consigo entender.
Tento depois, outras linguagens:
A dos extremistas, dos capitalistas,
dos comunistas e dos racistas.
Também dos fascistas, nazistas
e outros istas, sem sucesso.
Tento um outro ponto de vista,
um outro ângulo qualquer.
Muito mais difícil ainda,
desisto e me entrego.
Me entrego aos poemas de Drummond,
durante as horas do dia.
Na calma da tarde e da noite,
mergulho nos versos da Cecília.
E dentro da densa noite,
quando meus poetas descansam
no eterno berço do céu,
me conformo e volto, humilde,
à linguagem dos surdos-mudos.
Não entendo, mas me sinto feliz.
Não ouço o absurdo, o insensato
de tantas distintas vozes.
Vejo no silêncio de seus gestos,
com muito pouco esforço,
a graça dos poetas que eu amo...
Todos los derechos pertenecen a su autor. Ha sido publicado en e-Stories.org a solicitud de Flavio Cruz.
Publicado en e-Stories.org el 10.04.2016.
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