Flavio Cruz

Abraham, o que foi que você fez?

Abraham Lincoln sempre foi considerado um dos maiores presidentes americanos, se não o maior. Pode ser considerado o libertador dos escravos. Conduziu o país com vigor e sabedoria durante a Guerra Civil Americana, uma das piores ocorrências da história da nação. Fez declarações importantes, discursos motivadores e tomou decisões corajosas. Entre as frases que lhe são atribuídas existe essa: “Quase todo homem pode enfrentar a adversidade, mas se você quiser testar o caráter de um homem, dê-lhe o poder.”

Não há como contestar essas qualidades, como desconhecer esses fatos históricos. Há, entretanto, uma passagem de sua vida política que nos faz pensar. Em 1862, em Minnesota, o governador Alexander Ramsey exigia do presidente a intervenção para acabar com a revolta dos índios Sioux em seu estado. Mais do que isso, queria que Lincoln mandasse executar 303 índios americanos por supostamente terem matado homens brancos no conflito. Há de se ressaltar que as terras indígenas haviam sido “desapropriadas” pelo valor de 1.4 milhões de dólares pelo governo federal. Esse valor nunca foi repassado aos mesmos. Foi retido pelas autoridades encarregadas do assunto. Mesmo o alimento que era destinado a eles, foi desviado e vendido à população branca.

No meio da Guerra Civil, pressionado pelos políticos, o presidente tomou a decisão de autorizar o enforcamento de 38 índios, do total de 303, além de fornecer 2 milhões de dólares para Minnesota, como parte da negociação. Esta foi a maior execução pública da história americana. Os nativos estavam apenas lutando pelas suas terras.

Claro, estamos falando de política e algum defensor fanático poderia dizer que ele não mandou matar 38, que, na verdade, ele salvou 265 da execução, pois o governo de Minnesota queria enforcar 303.

Não é esse tipo de explicação que os políticos de todas as épocas sempre dão?

Por isso é que devemos perguntar: “Abraham Lincoln, o que foi que você fez?”

Todos los derechos pertenecen a su autor. Ha sido publicado en e-Stories.org a solicitud de Flavio Cruz.
Publicado en e-Stories.org el 28.02.2017.

 
 

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