Flavio Cruz

Tratado provisório de poesia

 Ser poeta...é mergulhar no sentido das palavras,
aquele que elas não querem mostrar.
É ver a beleza no feio, a feiura escondida no belo,
a coragem dos fracos e a fraqueza dos herois.   

( Flávio Cruz)

 

 
Ser poeta é conhecer a magia das palavras. É conhecer a magia das coisas. É ouvir o som que os outros não ouvem, mas que as palavras têm. É descobrir a doçura no ódio insano. É reconhecer a ironia na suavidade de um sorriso e a suavidade verdadeira na ironia de fato. É mergulhar no sentido das palavras, aquele que elas não querem mostrar. É ver a beleza no feio, a feiura escondida no belo, a coragem dos fracos e a fraqueza dos heróis. É ver nas entrelinhas. É dar nome para o que está escondido. É esconder, mostrando, aquilo que as pessoas não querem mostrar. É mostrar, ao mesmo tempo que esconde, aquilo que ninguém quer ver. É ver de um jeito que ninguém consegue, aquilo que está sendo visto do jeito que não é para se ver. É ver o trigo no joio. É ver o branco e preto a cores. É ver o colorido no seu contexto sem cor. É sentir a metáfora e transformá-la em palavras. É fazer hipérbole do mundano. É profanar o sagrado para santificar a estética do belo. É ser a antítese. É fazer pleonasmo do que é único. É ser único, unicamente para ser poético.
O poeta não inventa a poesia. Ele a descobre nas coisas que parecem não ter poesia nenhuma. Ser poeta é fazer as  pessoas que nada sentem, sentirem aquilo que pensavam não poder sentir. É  mostrar para as pessoas o que elas não conseguem ver. É mostrar para elas o que elas estão vendo e não querem enxergar. É fazer os outros serem poetas, como você, sem mesmo escrever.
Antes e mais do que tudo, ser poeta é juntar a magia das palavras com a magia das coisas. Ser poeta é fazer as palavras falarem o que queremos ouvir. Ser poeta é fazer as palavras falarem mais do que querem falar. É  fazer as palavras contarem seus segredos. É fazer as palavras mostrarem os sons que nunca foram antes ouvidos. É vê-las de um jeito que elas nunca significaram. É fazer com que elas signifiquem o que nem mesmo elas pensavam poder significar.  É fazer com que as pessoas descubram os segredos escondidos em si mesmos. E nelas, nas palavras. É fazer as pessoas sentirem as palavras de um jeito que nunca sentiram.
 
Ser poeta é sentir o mundo. Ser poeta é fazer os outros sentirem o mundo como você. Com você. Através de você. Por causa de. É  fazer os outros serem você, por uma fração de segundo, mas com repercussões para a  eternidade. Porque, posso garantir, a poesia é, definitivamente, eterna! Eternamente bela, maravilhosamente eterna.

Todos los derechos pertenecen a su autor. Ha sido publicado en e-Stories.org a solicitud de Flavio Cruz.
Publicado en e-Stories.org el 13.04.2015.

 
 

Comentarios de nuestros lectores (0)


Tu comentario

¡A nuestros autores y a e-Stories.org les gustaría saber tu opinión! ¡Pero por favor, te pedimos que comentes el relato corto o poema sin insultar personalmente a nuestros autores!

Por favor elige

Post anterior Post siguiente

Más de esta categoría "Poema lírico" (Poemas en portugués)

Otras obras de Flavio Cruz

¿Le ha gustado este artículo? Entonces eche un vistazo a los siguientes:

Uma alma cansada - Flavio Cruz (Filosófico)
Winter Day - Inge Offermann (General)