Sou garoto ainda, tenho tudo pela frente. Sou livre, ando pelas ruas, durmo onde quero dormir. Para que escola se aprendo tudo por aqui, todos os dias, nas avenidas, nas esquinas, em todo lugar? Ensino e sou ensinado. Faço um pouco de esforço e consigo tudo que quero.
Mostro a arma e as pessoas tremem, dão tudo que têm. Sou poderoso, as mulheres me temem, os homens também. De banho não preciso, quando quero me visto bem. Faço coisas que os outros meninos não podem fazer. Ouso o que eles não podem ousar. Amor, do jeito que eu quero, já tenho e posso ter sempre que quiser.
Sou forte, sou corajoso, valente e a todos faço correr. Quando o tédio vem, fico alto, fico bom, é gostoso. Meus amigos ficam altos comigo. Depois durmo, acordo e espreguiço.
Hoje preciso trabalhar duro, quero comer bem. Preciso de uma carteira gorda com cartões de crédito que eu possa vender. Uma madame rica, um homem de gravata bonita, um carro bacana na esquina, qualquer um pode servir. Acho que tudo vai acontecer.
Às vezes, eu penso que este trabalho pode ser perigoso. Anteontem, um “cliente” matou meu amigo. O “safado” tinha uma arma escondida no carro. Ontem, a polícia matou um outro colega meu. Eu vi o sangue correr na sua cara. Parecia um anjo sujo indo para o céu.
Preciso tomar cuidado. Tenho a vida toda pela frente. Não quero morrer. Qualquer dia destes, um louco qualquer, me mata também.
Todos los derechos pertenecen a su autor. Ha sido publicado en e-Stories.org a solicitud de Flavio Cruz.
Publicado en e-Stories.org el 30.06.2015.
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