Flavio Cruz

Múltiplas linguagens

Tento entender, diligente,
a linguagem dos surdos-mudos.
Desisto, não consigo entender.
Tento depois, outras linguagens:
A dos extremistas, dos capitalistas,
dos comunistas e dos racistas.
Também dos fascistas, nazistas
e outros istas, sem sucesso.
Tento um outro ponto de vista,
um outro ângulo qualquer.
Muito mais difícil ainda,
desisto e me entrego.
Me entrego aos poemas de Drummond,
durante as horas do dia.
Na calma da tarde e da noite,
mergulho nos versos da Cecília.
E dentro da densa noite,
quando meus poetas descansam
no eterno berço do céu,
me conformo e volto, humilde,
à linguagem dos surdos-mudos.
Não entendo, mas me sinto feliz.
Não ouço o absurdo, o insensato
de tantas distintas vozes.
Vejo no silêncio de seus gestos,
com muito pouco esforço,
a graça dos poetas que eu amo...
 

 

Todos los derechos pertenecen a su autor. Ha sido publicado en e-Stories.org a solicitud de Flavio Cruz.
Publicado en e-Stories.org el 10.04.2016.

 
 

Comentarios de nuestros lectores (0)


Tu comentario

¡A nuestros autores y a e-Stories.org les gustaría saber tu opinión! ¡Pero por favor, te pedimos que comentes el relato corto o poema sin insultar personalmente a nuestros autores!

Por favor elige

Post anterior Post siguiente

Más de esta categoría "Pensamientos" (Poemas en portugués)

Otras obras de Flavio Cruz

¿Le ha gustado este artículo? Entonces eche un vistazo a los siguientes:

Bebês da era cibernética - Flavio Cruz (Fantasía)
Poppies - Inge Offermann (Pensamientos)
TELL ME, PLEASE TELL ME - Marlene Remen (Amistad)